Após reveses gaúchos devem reduzir investimentos na lavoura de trigo

Após os reveses enfrentados no ano passado, quando as lavouras de trigo sofreram fortes perdas por causa das geadas e excesso de chuvas, nesta safra os produtores gaúchos estão mais cautelosos em relação aos riscos com a cultura. A safra gaúcha de trigo ficou em 1,516 milhão de toneladas, quando a produtividade média de cinco anos indicava a possibilidade de colheita de 2,8 milhões de toneladas.

No boletim de estimativa de safra divulgado hoje, os técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) observam que a tendência é de estratificação nos investimentos nas lavouras de trigo. A tendência é que 30% dos produtores utilizem o pacote tecnológico completo, enquanto outros 40% usarão a tecnologia intermediária e os 30% restantes o mínimo necessário.

Segundo os analistas da Conab, a estratégia está em linha com recomendações técnicas. Os produtores que não têm intenção ou possibilidade de aplicar um pacote tecnológico completo devem reduzir a área para se achar um ponto de equilíbrio.

A Conab por enquanto prevê redução de 15% na área cultivada de trigo no Rio Grande do Sul (para 969 mil hectares), mas mesmo assim a produção deve crescer 68% para 2,549 milhões de toneladas, devido à expectativa de recuperação da produtividade para 2.631 quilos por hectare, quase o dobro dos 1.301 quilos por hectare obtidos na safra passada. As projeções da Conab para o Paraná, maior produtor nacional de trigo, indicam que os posicionamentos variam de acordo com as regiões, com expectativa de aumento em umas redução em outras. No geral, dizem os analistas, a previsão é de redução de 4,8% (66 mil hectares) na área cultivada, para 1,322 milhão de hectares.

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